quarta-feira, 23 de junho de 2010

Babel

Se um dia pudesse realizar um desses desejos que nos passam a cabeça desejaria restaurar o mundo antes da torre de babel. Não pela obra arquitetônica que essa era a coisa de menos importância nesse ocorrido, apenas queria restaurar o idioma único.

Não apenas no falar mas no entender, uma nova forma do verbo, sem brechas para o desentendimento das expressões entre falante e ouvinte, uma comunicação onde as intenções do enunciador fossem entendidas de antemão.

As ambiguidades, por mais que me sejam caras em algumas construções linguisticas, mais confundem que esclarecem, essas só apareceriam quando desejadas, os hermetismos, resguardemos pois, afinal o donos dos segredos que os guardem como quiserem. Uma vez que a incompreenção é uma forma de isolamento.

Apenas desejo uma língua onde as brincadeiras e deboches são entendidos como foram concebidos no coração do interlocutor, sem causar ressentimentos ou angustias pela falta de compreensão tanto nos que tentam ser ouvidos quanto nos que tentam ouvir.

Um comentário:

André Rocha disse...

pragmaticamente seria interessante, mas não sei se quero instrumentalizar um dos últimos redutos de humanidade. Me ocorre ainda outra coisa: essa padronização tem a pretensão de eliminar o inconsciente e corre o risco de lutar pela morte da subjetividade...os ditadores adorariam isso, rs...beijo!